Brain Hacks de hoje está com cheirinho de livro novo… começou a produção do Testemunhando a Injustiça. Em breve, teremos novidades!
Enquanto isso, vamos com spoilers…
Quantas pessoas você vê?
Testemunhando a injustiça é um livro sobre erros cognitivos, tendo como pano de fundo a prova testemunhal. Por isso, tem muitos estudos sobre psicologia como este que mostra a dificuldade de perceber rostos de pessoas desconhecidas.
Poucas pessoas conseguem informar com precisão quantas pessoas estão retratadas nas fotos. A resposta é duas. Na verdade, um deles é o autor da pesquisa: Rob Jenkins. Ele é muito fanfarrão!
Curiosamente, a variabilidade intrapessoal somente diminui a capacidade de reconhecer rostos estranhos. Para rostos familiares, é fácil perceber que fotografias diferentes pertencem à mesma pessoa. Confira-se:
Adoro artigos que usam imagens! O Testemunhando a Injustiça tem um monte!
Fonte: JENKINS, Rob et al. Variability in photos of the same face. Cognition, v. 121, n. 3, p. 313-323, 2011.
Livro que Mexeu com Minha Cabeça
Face Value - Alexander Todorov. Eu tinha visto umas palestras do Todorov no Youtube e já achei bem impactante. Aí comprei o livro e fiquei encantado (e assustado!).
Ideia central: nós inferimos, de modo consciente ou inconsciente, traços de personalidade (agressividade, honestidade, confiabilidade etc.) apenas olhando rapidamente o rosto de uma pessoa. Isso pode gerar uma série de problemas, pois a expressão facial é enganadora, e o rosto raramente será um fator confiável para avaliar o outro.
Escrevi um artigo para o Conjur sobre isso: Cara de Bandido: o efeito da aparência nas decisões judiciais. (Sim, também está no Testemunhando a Injustiça)…
Artigo Científico para Explorar
ZARAGOZA, Maria S. et al. Interviewing witnesses: Forced confabulation and confirmatory feedback increase false memories. Psychological Science, v. 12, n. 6, p. 473-477, 2001. Incrível que, no Brasil, ninguém fala sobre confabulações forçadas. Não há só uma menção a essa expressão no Google. E é um tema muito útil para compreender como as informações falsas podem ser implantadas na mente de uma pessoa que está sendo interrogada. É uma técnica diferente das falsas memórias e, talvez, mais próxima da realidade…
Explico bem direitinho, com figurinhas até, no Testemunhando a Injustiça… plim, plim!
Citação que Printei
“Na Idade Média, havia uma lei que dizia que, quando duas pessoas eram suspeitas de um crime, a mais feia era considerada culpada. Nos dias de hoje, os juízes são, consciente ou inconscientemente, influenciados pela fisionomia, e os seres humanos comuns, que também humildemente julgam seus semelhantes, são influenciados da mesma maneira” – Havelock Ellis, em 1895
A citação acima foi extraída do Face Value, do Alexander Todorov.
Pronto!
Sextou!